sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

UMA FILOSOFIA DO SISTEMA.




Vive pra servir, serve pra VIVER.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

PRO INFERNO A MÍDIA E SEU NATAL!

(...) O Natal marca o nascimento de Jesus Cristo, alguém que lutou contra a desigualdade, expulsou os capitalistas do templo e foi preso por isso. Foi torturado por isso. Foi crucificado por isso. Jesus foi um preso político, é sempre bom lembrar - sobretudo nessa época em que filmes e propagandas de presentes caros despolitizam o significado do Natal.

Jesus Cristo também nos ensinou a solidariedade, que depois a Igreja capitalista tentou transformar em caridade. São coisas diferentes. A caridade é vertical, ela humilha quem recebe. Por outro lado, solidariedade é estar ao lado de quem precisa. É pegar chuva, sentir fome, frio, medo, apenas para confortar alguém com sua presença. E se a caridade pode ser cotada pelo mercado, além de aliviar consciências em troca de moedas, a solidariedade desconhece tais valores.

Enquanto tentam reduzir o significado do Natal a uma corrida maluca por presentes, quero deixar registrado o seguinte: pro inferno esse sistema e sua mídia que incentivam o consumo desenfreado enquanto milhões passam fome. (...)

Trecho do texto "Pro inferno a Mídia e seu Natal!", de Marcelo Salles, disponível no site "Fazendo Média" :

http://www.fazendomedia.com/diaadia/nota261206.htm


É costume no Brasil que chamemos os mais velhos pela alcunha de "seu", antes do nome próprio. É óbvio que é um derivado de senhor, mas qual o caminho que levaram os senhores a serem conhecidos como "seus"?
O fato é que os escravos e trabalhadores das antigas fazendas adotaram para o nome "senhor" a corruptela "sinhô", mais adaptado às nasaladas línguas africanas. Quando o elemento africano encontrou o elemento caipira, o nome mudou mais uma vez, mesmo que pouquinho, e transformou-se em "siô", que pode vir de um trejeito tão próprio de nossos sertanejos que é a abreviação de palavras. Com a urbanização das principais cidades brasileiras, o elemento caipira foi obrigado a migrar para ganhar o seu pãozinho do dia-a-dia. Em um esforço para formalizar a sua fala, algumas palavras do caipira mudaram a sua forma, donde notamos a transformação de "siô" para "seu", inicialmente em respeito aos patrões e mandatários do trabalho, e depois, em respeito àqueles mais velhos, sem distinção social.

Depois a gente não é caipira!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007





Jesus foi mais um oprimido deste mundo, a exemplo da garota palestina na foto. Mas levantou sua voz contra sua condição, e foi punido por isto. Um Feliz Natal, gente. E que o Papai Noel se exploda.


Um estudo não tão recente definiu a real aparência do homem Jesus Cristo, e o resultado é um mestiço. Quem hoje pode acreditar na aparência germânica do Cristo? Só o papa germânico, talvez.


Prazer, este é Jesus Cristo.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O dia em que os Rastas ganharam da Polícia

The Haile Lions 2 x 1 Police All Stars


O plantel.


O jogo.

Aconteceu há um bom tempinho na Jamaica um jogo de futebol organizado em homenagem aos 60 anos do nascimento de Robert Nesta Marley, entre os rastas do "The Haile Lion"e os policiais do "Police All Stars", com o resultado final de 2x1 para os dreadlokers. Justiça seja feita ao menos em campo né?


A torcida dos "Haile Lions"


quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Eparrei Oiá! Iyá Mesan Òrun!


"Iansã", acrílica sobre tela, 122cm por 122cm - Marcio Melo

Eparrei!
Tá chovendo! Tá estalando!
Tá trovoando! Tá renovando!
Purificando!
Tá brilhando o raio sagrado da irukerê no céu
E vem o grito do âmago, força feminina
Força íntima, força que assusta
Força que mostra,
Que a mulher é também dona do mundo
Não adianta terra sem céu
E ela é a rainha do céu
Espelho de Vênus, reflete em todos nós
E ela dança, e ela trovoa, e ela destoa
E transpassa
O som da cabaça
Maracatu de reis, forró de santos, dança, dança e canta
E eu sei que ela sempre vai ser a mais bonita
Das cabrochas dessa ala
Quem te viu, quem te virá
Mãe-rainha-mulher de talento, futuro glorioso
A dança tá no pé, a arte tá na mão e Iansã tá na cabeça!
Eparrei!

*********************************************************
Uma homenagem mais do que merecida a uma grande amiga. Tudo tenho a agradecer-lhe, mesmo o que estou
vivendo agora é obra e arte sua. Já ouviu dizer que é pra sempre? Já. E agradeço a Olorum por nossa amizade sincera.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Let's listen these oldies funky raps...


Dei upload em alguns arquivos meus com raps bem antigos, ainda muito semelhantes ao soul-funk e com beats clássicos. O legal no site em que fiz upload é que você já abre a página, vai escutando a música e tem a opção de baixá-la.

1- Afrika Bambaataa e The Jazzy 5 - Jazzy Sensation (http://www.zshare.net/audio/5721935083ba30/)2- The Sugarhill Gang - Rapper's Delight
(http://www.zshare.net/audio/57222716cfeeb9/)
3- Too Tuff - 90% Funk, 10% Rhymes
(http://www.zshare.net/audio/57223358f4f432/)

Só pra dar um clima da Babilônia nova-iorquina de 1980, nos primórdios da Cultura Hip-Hop e por conseguinte, do Rythm And Poetry.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007



Na escola, sempre perguntavam a todos o que queriam ser quando fossem grandes, e a resposta dele era no mínimo inesperada: - Quero ser caminhoneiro! Mas não sabia explicar exatamente o por quê.
Bairro da Vila Prudente, há um bom tempo atrás. Uma rua de asfalto muito velho e casas ainda mais velhas. O sobradinho em que morava com a família - mãe, pai e irmã mais nova - era pequeno mas de certa forma aconchegante, propriedade que somente estas casinhas pequenas haverão de ter. Era uma casinha barata, poucos gostariam de morar nas proximidades de uma avenida como a Anhaia Mello, ou melhor, Professor Luis Ignacio Anhaio Mello, com caminhões dia e noite rodando de lá e acolá, de todos os cantos do Brasil. Decerto quem morava há mais tempo por ali já saberia diferenciar apenas pelo ruído um motor Scania de um Mercedes, um motor Volkswagen de um Chevrolet e assim por diante.
Era uma rua quase sem graça, só não era totalmente desprovida disto porque existia uma escola estadual quase em frente à casa do garoto, então sons de jogos e gritos de crianças e moleques eram comuns, espécies de chamarizes da pivetada do bairro para sair e brincar. Não haviam jogos eletrônicos: a opção era cair no mundo e fazer mil diabruras, jogar bola, pipa, taco, mãe-da-rua, et cetera. Quando o garoto saia, era para visitar a avó, que ajudava na criação dele e de sua irmã, ou para ir com o pai à padaria, ou boteco, como preferirem. Botecos eram e são comuns na Vila Prudente, aliás, em todos os bairros mais populares da cidade. O pai só comprava o cigarro e o pão ali, não era de fato chegado da turminha da sinuca e dos dominós. Em síntese, uma rua comum de um bairro mais comum ainda. Mas haviam os ruídos dos grandes paquidermes motorizados na avenida mais embaixo, mesmo de madrugada. E o garoto ouvia-os todos os dias de sua vida, imaginando os lugares distantes e talvez belos das quais haveriam de alcançar. Gostava dos caminhões, talvez fossem símbolos de mudança, de novos ares, de fuga à essa inércia medíocre, ainda que não entendesse ainda sobre alguns desses conceitos. Continuou gostando, mesmo depois da confusão que houve na rua, quando um pipa foi cortado no céu e começou a cair em direção da avenida. A molecada que foi atrás feito doida esqueceu do movimento e um deles foi atropelado por um caminhão. Morreu na hora e o pessoal queria linchar o motorista. Disto, o garoto nunca mais soube nada. E sonhava caminhões, sonhava dias de mudança. Era sonhador, o garoto.
Sem dúvida, sonhador, dono de uma imaginação intensa. Brincava sim, como todas as crianças hão de brincar sempre, mas gostava muito era de ler. E lia de tudo, mas os preferidos eram aqueles sobre Astronomia e Geografia, mapas, enciclopédias, figuras de lugares distantes e diferentes. E tudo aquilo povoava a sua cabeça, tigres, cactos, pinheiros, neve, montanhas, os Estados Unidos, a U.R.S.S., os velhos reinos da Europa, as nações da África, as ilhas do Pacífico, um desejo dinâmico de ser grande, de mudar rapidamente, de crescer e talvez ser um caminhoneiro sem destino e sem casa, deixar a inércia e o velho bairro para trás, fazer o mundo e senti-lo. Era então decretado o fim da inércia em sua vida, haveria de ser grande, custe o que custasse. E o garoto vai.

sábado, 15 de dezembro de 2007

O Homem penitente não passará.


Fiel penitenciando-se em Luzon, nas Filipinas.
Cena de "Indiana Jones e a Última Cruzada"









No filme "Indiana Jones e a Última Cruzada", em que o famoso arqueólogo e seu pai (atuação primaz de Sean Connery) partem em busca do Santo Graal, há no final uma visão do cristianismo ortodoxo, que diz que "só o homem penitente passará" - no caso, de uma armadilha de um antigo templo - mas metaforizando, passará para planos espirituais superiores.




Penitência são atos como, por exemplo, jejuns, vigílias, autoflagelações, peregrinações que os fiéis - ou a igreja - oferecem à Deus, como provas de que estão arrependidos dos seus pecados; praticados dentre os diversos ramos do cristianismo - de diferentes formas - com a finalidade de expiação dos pecados; tendo o significado de um sacrifício pessoal do fiel, pagando um pecado cometido.

É também óbvio que o sentido de penitência não se restringe ao Cristianismo, mas à diversas religiões e filosofias.


Se bem estou lembrado, foi ontem que vi, do meu confortável assento no ônibus, uma senhora em um outro veículo que não largava o seu terço, e facilmente notei em sua face uma expressão de rudeza. Como eram 18 horas, pensei que estivesse ela rendendo algum tempo e homenagem à Virgem Maria, a qual este horário é dedicado. Pronto, gerou reflexão e tema para blog.


Seremos adeptos daquela filosofia que diz à nós para que venhamos a este mundo para sofrer e amargar ou seguiremos aquelas que dizem aos homens que vem à esta vida para que gozemos o mundo? É mais do que óbvio que gozar a meu ver nada tem de semelhante com a "festa eterna" dos jovens de hoje, que são niilistas sem ao menos saber o que é niilismo. Gozar a vida é encará-la com um sorriso, e não com uma atitude penitente. Acredito em Deus, e a minha reverência à Ele é bem diferente, afinal acredito que reverenciar coisas belas como o amor, a amizade é reverenciar ao Próprio. Então, por mim, o homem penitente não passará. Só amargará e viverá um tipo de sacrifício que é totalmente vão.













sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

CÉSAR



"Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras. Mandaram então seus discípulos, em companhia dos herodianos, dizer-lhe: - Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas.

- Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo?". Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu: - Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendo-lhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus:

- De quem são esta imagem e esta inscrição?

- De César, responderam eles.

Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram."

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

ZERO ABSOLUTO E (DES)CRIAÇÃO DO UNIVERSO

Nebulosa de Órion (a nebulosa é uma concentração de poeira cósmica que favorece o surgimento de galáxias e estrelas)

Sabe-se que o que entendemos por calor e frio é o movimento intenso ou a falta do mesmo. Quanto mais as partículas aceleram seus movimentos, mais e mais é propiciada a origem do calor, assim como quando as partículas entram em processo de desaceleração, mais e mais é propiciada a origem do frio. Tudo é movimento. E neste caso, o movimento é igual a energia.

Sabe-se também que em determinado momento, as partículas podem também parar, conceito este que é nomeado "zero absoluto", mais ou menos a -273, 15 graus Celsius. As leis da Termodinâmica dizem que nenhum sistema possui uma eficiência de 100%, mas ainda assim o "zero absoluto" nunca foi alcançado, portanto nunca provado. A grande questão é a seguinte: à temperatura de "zero absoluto" não ocorreria um aumento da energia dentro da partícula? Energia potencial? Como uma mola?

Presumo então que, se uma partícula chegasse ao "zero absoluto" e pudesse carregar a sua energia potencial sem liberá-la, esta mesma partícula somaria uma energia imensa. Com qualquer espécie de estopim, essa liberação seria no mínimo catastrófica, razão pela qual uma arma de "zero absoluto" seria impossível. Vejamos porque.

Sabe-se que o Universo surgiu do fenômeno chamado de "Big Bang" (Grande Explosão), onde uma descarga imensa de energia foi liberada. Desde este momento, há 20 bilhões de anos atrás, o Universo vem expandindo-se. Nos últimos anos, descobriu-se que essa expansão está desacelerando, donde se conclui que as periferias do Universo são extremamente geladas. A um dado momento, a expansão simplesmente para de ocorrer, por efeito de falta de energia, e o "zero absoluto" é alcançado naturalmente. Desta forma, a mais fria temperatura gradualmente chegaria ao centro do Universo (tudo isto numa ordem de bilhões de anos), e uma energia potencial se carregaria em toda a matéria universal congelada. Conclusão: a um estopim natural, esta energia seria liberada, gerando um novo "Big Bang" e consequentemente dando origem a um novo Universo. Esta seria uma teoria que prova o caráter cíclico do Universo. Só precisa ser provada.

Vou mandar para a Sociedade Brasileira de Física, para que testem com equações e estudos mais aprofundados.


E não me digam que eu sou um retardado.

Ogunhê!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Pragma, Eros, Ágape, Storge


Já não estou mais ao lado dela neste momento, mas hoje acordei ao seu lado. E agora, rumo por ruas de São Paulo, sigo ao trabalho, quotidianus semper est praesentia, ainda que diferente desta vez. O dia chuvoso não inspira, em verdade normalmente não inspiraria, mas hoje inspira. E expiro amor. O cinza desta urbália hoje parece ter mais tons e matizes, e sinceramente tem, só que não o vemos sempre. O trompete desse extraordinário homem chamado Miles Davis ecoa por entre ruas, avenidas e corredores de ônibus cheios de gente desesperançosa. Se este maravilhoso jazz e este maravilhoso amor pudessem chegar ao interior de todos estes seres e passar-lhes a mesma mensagem que me passam, me daria por satisfeito. Ouço Miles e ouço também o som do mundo, o céu azul que não está azul, e a cidade em transe mas com trânsito. O transe é meu e a cidade continua ali, feia, desnaturada, patinho feio sem mãe, bueiro aberto e nada certo. O Gil tá dizendo que se eu sou algo incompreensível, meu Deus sempre é mais. Mistérios sempre há de pintar por aí, ainda mais sabendo do risco da inevitabilidade dos encontros não-marcados, o que me dá um tremendo medo, porque já encontrei, mas o poetinha diz que embora haja tanto desencontro na vida, ela é de fato a arte do encontro. Que arte me permitiu então encontrar o que venho encontrando? Não sei. Mas continuo fazendo travessuras que elevam as idéias, minha própria vida e o meu modo de viver. E a sucessão das lembranças se embaralha mais, tão embaralhadas como os fios, postes e gatos de eletricidade à minha frente, sinapse urbana que rola ali na minha frente, servindo de paisagem pra sinapse do meu raciocínio. Agradeço ao bom Deus por ser o que sou, Jeovah, Jah, Olorum, Alah, o Altíssimo, o supremo que fez o amor e dele distribui somente um pouco aos desventurados homens aqui embaixo (precisamos de um Prometeu para roubá-lo tal qual ao fogo divino); agradeço ao pai e à mãe, sofreram mas não abortaram a idéia da minha existência e nem a mim mesmo, e minha existência é uma síntese de idéias que eu não aborto jamais; por hora Miyamoto Musashi convence: não se ater ao detalhe e observar o tudo e não esquecer de nada à sua volta, o ofício, a luta, o coração, a razão. Não só o ilustre guerreiro convence, convencer-á a mim também uma música dos Beatles que meu pai tanto ouvia e que dizia que o amor é tudo o que precisamos, assim como Santo Agostinho, parafraseado por minha avó quando deu o seu velho dicionário Aurélio para mim e escreveu em sua contracapa: "A medida do amor é amar sem medida".
Isso tudo em um milésimo de segundo de sinapse em um passeio pela cidade em uma manhã chuvosa, a reflexão é de praxe e não adianta me segurar, assim como a minha mãe não conseguiu me segurar há tantos anos, na flor da infância, quando me deixou de castigo, escondendo todos os meus livros. Essa reflexão me diz que o amor é sim possível, sem o qual toda a bagagem que carrego, toda a arte e todo o esforço seriam em vão e inúteis. Me preparei para este momento, planejei isto por toda a minha vida e não mais caminharei em direção às sombras das dúvidas e do medo, mas à luz da certeza e da coragem. Coragem para grandes demandas, coragem vinda de Ogum, coragem vinda dos meus amigos e irmãos, coragem para acordar um dia e não tê-la ao meu lado, pois estará longe. E me apoiarei em tudo o que sou e foi construído em vinte e um anos de caminhada árdua. Tanto pensamento e tanta chuva lavando as almas do povo que a merece em purificação, e tantas lágrimas que cairão, lavando a minh'alma e mostrando que só você as tem e merece. Cidade dá um tempo: deixa eu dizer ao menos em pensamento que só o meu amor tem o meu sentimento. A chuva cai e a cidade a tem, o choro cai e você o tem. E hoje digo que o choro, o trompete de Miles Davis, os pensamentos sábios, a chuva, o tudo e o mundo são você.

* Pragma, Eros, Ágape e Storge são as quatro faces do amor, entre os gregos.


Quinze horas mais vinte e cinco minutos do dia
doze de novembro de 2.007.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Reintegração de Posse


Primeiro arrancaram-os do seu continente;
Mas já faz tempo, há que se relevar
Depois arrancaram a sua dignidade;
Mas tudo bem, não tiveram indenização mas não mais eram escravos
Depois os arrancaram da cidade e das casas de tijolo e bem-acabadas;
Mas tudo bem, terrenos existem aos montes por aí
Depois, outros foram arrancados de suas terras com suas hortas;
Mas não há problema, tem São Paulo, tem o Rio, tem o sul rico
Depois foram arrancados das suas favelas, redutos últimos;
Até quando relevarão?

Antigamente quilombos, hoje favelas; antigamente capitães-do-mato e canhões, hoje PMs e tratores.



Moradores de favela fecham pista expressa da Marginal Pinheiros

Moradores da favela Real Parque, na Zona Sul de São Paulo, bloquearam o tráfego na pista expressa da Marginal Pinheiros por volta das 10h20 desta terça-feira (11). A pista local já havia sido fechada para a operação de reintegração de posse em parte da favela.

Após reclamarem bastante e tentarem resistir à ação da Polícia Militar, que isolou a área, os moradores seguiram para a via, chegaram a parar o tráfego em duas das três faixas e colocaram paus e pedras sobre o asfalto para atrapalhar o trânsito. A Polícia Militar agiu rapidamente e fez um cordão de isolamento impedindo que o protesto continuasse. Mas os moradores insistiram e acabaram bloqueando o tráfego.

O bloqueio total da via durou cerca de 5 minutos. A polícia reagiu usando gás de pimenta, mas os manifestantes resistiram e mantiveram a ocupação em duas das três faixas. Às 10h30, aos gritos de "Queremos moradia", eles sentaram sobre a pista, mantendo a ocupação. O trânsito seguia lentamente por apenas uma das faixas.

Mais cedo, moradores já haviam discutido com policiais e alguns chegaram a reclamar de agressões. O capitão Ezequiel Morato, que comanda a ação, nega que tenham havido agressões e diz que a polícia está apenas contendo a revolta dos moradores. “O problema é que eles querem casas. Estão tentando resistir por isso. A polícia não tem muito o que fazer nesse caso.”

Ainda de acordo com o capitão, se a reintegração de posse não for concluída nesta terça-feira, a pista local pode ser interditada mais uma vez na quarta-feira.

O capitão lamentou o fechamento da marginal. “Nosso maior problema é que há mulheres e crinaças. Liberar a pista é fácil, com bomba de choque a gente libera rapidinho, mas não podemos fazer isso com mulheres e crianças na pista. É uma situação bastante difícil."


Trânsito
A reintegração de posse e a manifestação dos moradores provocam congestionamento de mais de 30 km. A lentidão começa na região do bloqueio, na altura da Ponte do Morumbi e se estende até a Ponte Aricanduva, na Marginal Tietê.

domingo, 9 de dezembro de 2007

...

VOCÊS JÁ TIVERAM VONTADE DE CORRER DESESPERADAMENTE ATRÁS DE UMA PESSOA QUE ESTÁ LONGE E PASSOU POR MAUS BOCADOS? SÓ PARA ABRAÇÁ-LA E DIZER QUE ESTÁ TUDO BEM?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

RECOMENDAÇÕES

Coisas na internet que eu realmente recomendo.

1 - http://ferrez.blogspot.com
Sim, ele é o cara que confrontou o "coitadinho" do Luciano Huck no jornal "Folha de S.Paulo", criador da marca 1daSul, com roupas feitas no bairro do Capão Redondo, escritor, poeta e letrista (vide "Capão Pecado", "Manual Prático do Ódio", "Amanhecer Esmeralda", etc.), e um verdadeiro ativista das periferias, não só de São Paulo como também do Brasil inteiro.

2 - http://colecionadordepedras.blogspot.com
Blog do Sérgio Vaz, um dos caras que idealizaram a Cooperifa, estimulando o amor aos livros e à poesia na periferia. Tá sempre fazendo pelo o que ele chama de "povo lindo, povo inteligente" e também ajudou a organizar um grande evento que passou praticamente em branco, não fosse a atuação destes guerreiros também pela internet, que foi a "Semana de Arte Moderna da Periferia"ou "Antropofagia Periférica", reunindo todas as artes e artistas que resistem.

3 - www.brasildefato.com.br
Esta página é um tipo de agência de notícias, com a pequena diferença de que esta permanece ao lado do povo, ao contrário de Globo, Abril, Estado e outras bobagens da elite. Interessante para quem quer estar na sintonia do nosso país de verdade.

4 - www.rizoma.net
Recheado de textos mui interessantes, reúne todas as idéias da esquerda e do que está à margem, mas sem ficar na política. Pode agradar a fãs da Cultura Hip Hop, como pode agradar aos simpatizantes do MST, ou de manifestações ambientalistas, ou de cinema, ou de quadrinhos, ou de Artes Plásticas e intervenções urbanas, ou da contra-cultura em geral.

5 - www.fotogarrafa.com.br
Agência pertencente ao fotógrafo Marcelo Min, que retrata a realidade sem distanciar-se dela. Muito belas fotografias, com temas realmente importantes. Foi esse fotógrafo que registrou um enquadro feito pela polícia no grupo de rap Z'África Brasil, enquanto conversavam na rua. Merece sem dúvida uma olhada, vão por mim.

6 - www.malungo.com.br
Página pessoal do DJ Simão Malungo, que participou e participa de vários trabalhos na região do ABC. Com fotos e músicas para download.

7 - www.parteum.com
Página do excepcional MC Parteum, que lançou trabalhos com o seu grupo Mzuri Sana e também individuais. Vale a pena, pode-se ler, pode-se também fazer donwloads de músicas e mixtapes, além de vídeos.

8 - www.afroreggae.org.br/
ONG que tem um trabalho gigantesco e consistente, apoiando esportes, música, educação, artes, etc. em diversas comunidades do Brasil. Esses aí fazem acontecer, de boa, pode acreditar!




E não para por aqui, ainda postarei mais.

S.o.M.B.r.a.S. - T.R.S. 07'!

Pessoas e pessoas assim como forrós e forrós.


"Ana Rosa" - Luiz Gonzaga

Ana Rosa ai que saudade...
Tô fingindo de viver
Eu com asa eu avoava
Na mesma hora eu avoava pra te ver
Em dezembro faz um ano
Que amargo o meu sofrer
E nas contas de saudade
Um ano é dez a dor é mil, e eu sem você
Ana Rosa doce amada!
Só sem tu eu vou morrer
E daqui o além da vida
Não seja o fim,
Pois eu jamais vou te esquecer!





"Mulher Tarada" - Calcinha Preta

Só gosto de mulher quente
de preferência safada que usa
calcinha preta na bunda toda enfiada

Só gosto de mulher quente
de preferência safada que usa
calcinha preta na bunda toda enfiada

Sou a mulher, a que você procurava
eu gosto de dar carinho, gosto de ser conquistada,
gosto de beijar na boca, gosto de ser paquerada
vou tirar minha calcinha porque hoje estou tarada!



Que contraste, Velho Lua!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Fico puto.

Deles herdamos as padarias e a lingua (que possui acento no "i").


Po, fico puto com esse teclado que estou usando porque nao ha teclas de acentos, cedilhas e outras "armas" da lingua portuguesa, sendo que ele e configurado deste modo: "English (US)"; entao, como podem perceber, eu to socando o dono da padaria.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

GÊNESIS




No princípio era o deus Blues no céu e a deusa Jazz na terra. Deuses filhos e desmemoriados de sua origem, o continente ancestral, a terra de Sião e a terra do Leão, terra das matas profundas e dos batuques incessantes. Guardavam características de suas origens, mas simplesmente as desconheciam, e tudo reinava na mais santa "paz" nas terras da Babilônia. Mal sabiam estes deuses que propositalmente não possuíam memória, fora-lhes arrancada por algum Hamurabi e algum de seus códigos.


Blues era rude e trovejava tristeza do céu azul, entre raios e chuvas chorosas. Na terra, Jazz fomentava a lúxuria com toda a sua pompa e sofisticação. Blues era cego por natureza, Jazz era cega por opção. O azul e o dourado formavam o mundo de então. Manipulados, mas formavam.




quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O AMOR, ESSE INCOMPREENDIDO






Parece ser exaustivo falar tanto de amor, mas talvez ele seja a única coisa em excesso que não nos faça mal.



Tento não procurar justificativas para ele, mas ele vem e acontece e, de repente, um caminhão te atropelou e você está deitado na estrada vislumbrando o céu. O que será o amor, esse incompreendido?




Talvez o amor seja perder o fôlego subindo em uma ladeira de forma afobada, ou disputar uma corrida nas escadas de um metrô qualquer, ou esperar um caixa de um restaurante fast food enrolado com o dinheiro, ou perder a medida do tempo no telefone, ou mesmo ouvir uma música de James Morrison ou Tom Jobim. Pode ser o choro de uma noite solitária, ou uma frase famosa do Vinicius de Moraes, pode ser o café da manhã numa esquina da Augusta ou também o pastel da feira que pode servir de refeição. O amor pode ser um desenho infantil no teu braço e pode ser uma foto tirada em meio a um momento raro, ou pode ser a negação ao cigarro e a renúncia à coisas ruins. Pode também ser uma gaveta exclusiva e também ser um gato preto deitado em seu colo. Pode ser o hidratante no rosto, ou assistir à "Cor Púrpura" e pasmem!, assistir à "Rambo: Programado para Matar". Pode ser a cidade natal do U2 ou a capital do já antigo Império Britânico, assim como pode perfeitamente ser 34 centímetros de diferença. Pode ser alguém que acha a Publicidade anti-ética e adere ao Terceiro Setor ou pode ser um marxista por convicção. Pode ser o Palmeiras, o Corinthians, o Juventus, o Boca Juniors, o River Plate. Pode ser o futebol, sem dúvida. Pode ser uma mensagem no celular, um depoimento no Orkut, um textinho num simples cartão, ou uma homenagem no fotolog ou num blog. O amor pode ser tudo o que diz respeito a nós, inclusive a saudade que acomete o escritor.



00h:30, dia 29 de novembro de 2.007

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

PALAVRAS CORROMPIDAS

Pagode: no sentido original, roda de sambistas, onde prevalecem a animação, o bom-humor e as brincadeiras.
Pagode: sub-estilo musical conhecido por suas letras repetitivas, o tema quase único (o amor banalizado) e a construção pobre da "poesia", no entanto, muito popular.

Axé: palavra originada do iorubá africano que denota a energia maior da Natureza, sendo o poder de realiza
ção através do sobrenatural.
Axé: estilo de música que observa a vida como uma grande festa, sendo hoje quase que totalmente voltado para a descontração de jovens com um maior poder aquisitivo nas chamadas "micaretas" (palavra esta que vem do francês "meio da quaresma").

Abad
á: abadá é uma palavra de origem africana, do iorubá, trazida pelos negros malês para a Bahia. É um tipo de bata ou camisolão branco usado pelos muçulmanos que aqui aportaram como escravos.
Assim também é chamada, até hoje, a indumentária dos capoeiristas. É provável que essa bata que servia as orações também vestisse os jogadores da capoeira durante suas rodas. Existe a lenda de que capoeiristas usavam branco como forma de demonstrar suas habilidades: os melhores mestres da capoeira mantinham seus abadás impecáveis depois da luta.
Abadá: atualmente conhecido como a roupa que veste os jovens burgueses que participam das "micaretas", geralmente de cor espalhafatosa. Servem como o ingresso para estas festas, com médias sempre acima dos R$60,00.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

EU SEI QUE VOU TE AMAR





Vinicius de Moraes e Antonio Carlos Jobim

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida, eu vou te amar
Em cada despedida, eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar

E cada verso meu será
Pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua, eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta tua ausência me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

ENTRE FEIRAS E HORTIFRUTIS;


A feira é província. O hortifruti é o global.
A feira é periferia. O hortifruti é o centro.
A feira é o humano. O hortifruti é maquinal.
A feira é alegre. O hortifruti é profissional.
A feira é pechinchada. O hortifruti é tabelado.
A feira é o povo. O hortifruti é o novo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

SINGELA HOMENAGEM.

MV Bill é um cantor de rap brasileiro nascido em Cidade de Deus, Rio de Janeiro. Não informa seu nome verdadeiro, embora use o pseudônimo Alex Pereira Barbosa como nome alternativo. MV Bill foi um dos fundadores da Central Única de Favelas, a CUFA, que é responsável por várias atividades sócio-educativas realizadas em várias favelas, entre elas a Liga Brasileira de Basquete de Rua.
Mano Brown, nome artístico de Pedro Paulo Soares Pereira, (São Paulo, 22 de abril de 1970) é um rapper brasileiro, vocalista do grupo Racionais MC's, grupo de rap formado na capital paulista em 1988 e integrado por Ice Blue (Paulo Eduardo Salvador), Edy Rock (Edivaldo Pereira Alves) e KL Jay (Kleber Geraldo Lelis Simões).
É o compositor das letras que abordam a vida na periferia das grandes cidades do Brasil.
Luís Gonzaga Pinto da Gama (Salvador, 21 de junho de 1830 — São Paulo, 24 de agosto de 1882), melhor conhecido como Luiz Gama (como grafado à época), foi um advogado, jornalista e escritor brasileiro. Adepto do movimento abolicionista, Gama foi considerado o "advogado da raça negra". Possui pensamentos interessantes, como os seguintes:
- "O escravo que mata o seu senhor pratica um ato de legítima defesa."
- "Em nós, até a cor é um defeito. Um imperdoável mal de nascença,o estigma de um crime.
Mas nossos críticos se esquecem que essa cor é a origem da riqueza de milhares de ladrões que nos insultam; que essa cor convencional da escravidão. tão semelhante à da terra, abriga sob sua superfície escura, vulcões, onde arde o fogo sagrado da liberdade."
Zumbi (Alagoas, 1655 — 20 de novembro de 1695) foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares. Atualmente, o dia 20 de novembro, feriado em mais de 200 cidades brasileiras, é celebrado como Dia da Consciência Negra. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e como um símbolo de liberdade. Hilda Dias dos Santos incentivou a criação do Memorial Zumbi dos Palmares.
Steve Bantu Biko (18 de dezembro de 1946 - 12 de setembro de 1977) foi um conhecido ativista do movimento anti-apartheid na África do Sul, durante a década de 1960.
Insatisfeito com a União Nacional de Estudantes Sul-africanos (National Union of South African Students((en))), da qual era membro, participou da fundação, em 1968, da Organização dos Estudantes Sul-africanos (South African Students' Organisation). Em 1972, tornou-se presidente honorário da Convenção dos Negros (Black People's Convention).
Em março de 1973, no ápice do regime de segregação racial (Apartheid), foi "banido" , o que significava que Biko estava proibido de comunicar-se com mais de uma pessoa por vez e, portanto, de realizar discursos. Também foi proibida a citação a qualquer de suas declarações anteriores, tivessem sido feitas em discursos ou mesmo em simples conversas pessoais.
Em 6 de setembro de 1977 foi preso em bloqueio rodoviário organizado pela polícia. Levado sob custódia, foi acorrentado às grades de uma janela da penitenciária durante um dia inteiro e sofreu grave traumatismo craniano. Em 11 de setembro, foi embarcado em veículo policial para transporte para outra prisão. Biko morreu durante o trajeto e a polícia alegou que a morte se devera a "prolongada greve de fome empreendida pelo prisioneiro".
Nelson Rolihlahla Mandela (Qunu, 18 de julho de 1918) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento antiapartheid, como ativista, sabotador e guerrilheiro. Considerado pela maioria das pessoas um guerreiro em luta pela liberdade, era considerado pelo governo sul-africano um terrorista. Passou a infância na região de Thembu, antes de seguir carreira em Direito. Em 1990 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz, que foi recebido em 2002.
Shelton Jackson Lee (20 de março de 1957, Atlanta,Geórgia), mais conhecido como Spike Lee, é um cineasta, escritor, produtor e ator estadounidense. Ícone do cinema negro americano, sempre abordou a temática racial abrindo as portas em Hollywood para uma conscientização sobre os problemas sociais do país. Além de diretor, produtor e roteirista, ele seguidamente atua em seus próprios filmes.
Marcus Mosiah Garvey (Saint Ann's Bay, Jamaica, 17 de agosto de 1887 – Londres, 10 de junho de 1940) foi um comunicador, empresário e ativista jamaicano.
É considerado um dos maiores ativistas da história do movimento nacionalista negro. Garvey liderou o movimento mais amplo de descendentes africanos até então; é lembrado por alguns como o principal idealista do movimento de "volta para a África". Na realidade ele criou um movimento de profunda inspiração para que os negros tivessem a "redenção" da África, e para que as potências coloniais européias desocupassem a África.
Huey Percy Newton (Oakland, 17 de fevereiro de 1942 – Oakland, 22 de agosto de 1989) foi um revolucionário norte-americano, co-fundador e líder inspirador dos Panteras Negras, uma organização política negra voltada para a luta pela igualdade racial nos Estados Unidos, fundada em 1966 na Califórnia.
O Dr. Martin Luther King, Jr. (15 de janeiro de 1929, Atlanta, Geórgia – 4 de abril de 1968, Memphis, Tennessee) foi um pastor e ativista político estadunidense. Pertencente à Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e lembrado é "Eu Tenho Um Sonho".
Malcolm Little, mais conhecido como Malcolm X (19 de maio de 1925, Omaha, Nebraska — assassinado em 21 de fevereiro de 1965, Nova Iorque), foi um dos maiores defensores dos direitos dos negros nos Estados Unidos. Fundou a Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração socialista.

sábado, 17 de novembro de 2007

OGUNHÊ!


As sete espadas saíram da mata

Era Ogum! - gritou o caçador


As sete espadas saíram do mar

Era Ogum! - gritou o pescador


As sete espadas saíram da terra

Era Ogum! - gritou o guerreiro


As sete espadas rasgaram o céu

Era Ogum! - gritou Olorum


Eu andei por ruas desertas

e um manto azul me escondeu dos perigos


Eu andei por estradas longas

e um manto vermelho me cobriu dos inimigos


Eu andei por terras, asfaltos e mares

e um manto prateado afastou de mim o medo


Meu pai e poderoso Ogum!

Senhor das sete serpentes

Senhor dos sete anéis sagrados

Deito a teus pés no dia de hoje, e sempre

para em louvor agradecer a tua proteção!


Ogunhê!

Ogunhê!



AMOR

Tanto falamos de amor, pois falemos mais.

Não sou católico, mas a frase que Santo Agostinho proferiu um dia, é da fato sempre bem-vinda:

"Questionado se poderíamos sistematizar de alguma forma o amor, respondeu:
A medida do amor, amigos, é amar sem medida."



Simples mas eficiente.
Que venha o amor.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O amor (surge) no ônibus 2 (segunda parte)

No dia seguinte, Moisés conseguiu pegar o busão no mesmo horário e, como no dia anterior, a menina aloirada apareceu. Já nesta altura, o único banco vago do ônibus era bem o da frente de Moisés, o qual foi ocupado pela menina, assim também como no dia anterior. Desta vez ela tinha os cabelos soltos, radiantes na visão de Moisés, e neste momento, ele pensou em acariciá-los, fazer aquele cafuné gostoso que só a sua falecida avó fazia nele; mas pensou também numa possível reação da menina, e desistiu. Fantasiou a viagem inteira e tremeu, pensando ou não em tocar aqueles cabelos de um loiro bem sutil. Ficou só no plano do pensamento. Ela desceu e logo mais ele próprio também desceu, desgostoso com o destino. Isso foi em uma sexta-feira.
Na segunda, novamente o trabalho, novamente o cansaço e novamente o mesmo busão, com o mesmo motorista. O cobrador tinha mudado, parece que o anterior havia sido demitido por flertar com uma idéia de greve, algo assim. Moisés sentou no mesmo lugar imaginando que as cenas de dias passados se repetissem, mas enganou-se, porque logo mais a frente um busão da mesma linha estava quebrado, e todo o pessoal dele entrou no que vinha. Conclusão: de quase vazio que estava, logo o ônibus lotou-se e Moisés cedeu seu lugar a uma senhora de mais idade, que carregava um sacolão cheio de bugigangas. Dois pontos à frente, as expectativa de Moisés aumentaram e com razão, porque a menina loira estava no ponto. Moisés só ficou com a cara no chão quando viu que ela não entraria neste ônibus, uma vez que as pessoas estavam espremidas ao extremo. Intuiu que ela esperaria o próximo. Não! Moisés faria alguma coisa e deu o sinal para descer. O pessoal ficou puto, porque ele saiu de forma a empurrar todo mundo. Xingado por trás, Moisés desceu do busão e deu-se conta que deu bem de cara com a menina loira, perdendo-se nos seus olhos mel-esverdeados.

A vida tem coisas interessantes e inexplicáveis. Assim pareceu a Moisés neste momento, porque a menina não desviou os olhos, nem ao menos o ignorou. Fitou-o longamente, e neste momento Moisés era o mais belo ser do mundo, porque seus olhos deram vazão a uma vontade insuperável: a vontade de amar e ser amado.

Um busão de outra linha parou no ponto e, sem mais nem menos, a menina subiu nele. Parecia que aquele busão também servia à ela, mas não a Moisés. Esse foi o pensamento dele. Não existia necessidade alguma de Moisés pegar este ônibus, então encarou o ônibus que se ia com olhos de órfão.

Moisés nunca mais cruzou com aquela menina, seja no busão, seja na rua, o que lhe rendeu certa dor. Mas ao mesmo tempo, Moisés vislumbrava com mais esperança o mundo, porque certamente a achou nos olhos mel-esverdeados daquela menina, quando olharam-se um ao outro no fundo de suas almas.

O amor (surge) no ônibus 2

Moisés tinha vinte anos feitos e cravados e morava no Campo Limpo, próximo ao Inocoop. Conseguira há pouco um trampo com que se sustentar, embora ainda vivesse com sua mãe e os três irmãos mais novos. Era pelo menos o suficiente para que pudesse se distrair um pouco e comprar alguma coisinha, alguma roupa, qualquer coisa. Era esforçado e justo, mas assistindo à TV e observando banners e outdoors mundo afora, considerou que era feio. Essa conclusão foi acrescida com um comentário que ouviu de colegas no trampo um dia desses, quando um deles pensou em convidar Moisés para fazer qualquer rolê na Vila Olímpia, de repente engatar uma balada. O outro rebateu a proposta afirmando: "Não, meu, melhor não, aquele Moisés vai queimar o nosso filme. Sei lá, ele é aquele tipo neto de nordestino que as mina dá risada da cara! Nada contra, mas ele é meio zoado." Eles nem perceberam que Moisés estava ligeiramente próximo e ouviu tudo, fio da meada por fio da meada.
Pegava sempre o mesmo busão quando voltava pra casa, às seis da tarde já batia uma saudade da mãe e da comida que ela fazia. Quando subia no busão, ainda estava vazio e podia sentar-se. Quando descia, quase no ponto final, parecia uma grande lata levando gado. Mas sempre sentava-se. E ficava quieto todo o itinerário, observando o mundo que o rotulava como "queimador de filme".
Um dia entrou uma menina no busão. E sentou-se no banco à frente de Moisés. Tinha o cabelo meio aloirado e bem liso e não fitava ninguém no busão. Mas despertava a atenção geral, inclusive das mulheres. Moisés parou um pouco de observar o mundo e começou a imaginar coisas com aquela menina. Coisas boas, ressalte-se aqui. Moisés nunca havia namorado. Sentia falta de alguém. Tinha família, amigos, era até bem suprido nesses sentidos. Mas seu coração jovem pedia um pouco de um amor diferente.





Continua...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Babilônia

ANTI-PROFISSIONALISMO

MUITA FALTA DE ANTI-PROFISSIONALISMO (DUB DO QUINTO ANDAR)

O que é a Babilônia?
Quem controla sua vontade ? Seu espírito ou a
sociedade?
Que controla sua vontade? Seu ego ou a verdade?
Seu ego sem saciedade. A verdade por trás do véu
Nada é o que parece ser.
Caminho pavimentado a base de mentiras, belas
mentiras.
Atraentes, se pisa em cima o troço sede feito areia
movediça.
Rapidamente o aroma de perfume caro se transforma em
cheiro de carniça
Isso é a Babilônia
Sociedade sem saciedade, isso é gasolina e fagulha meu
cumpadi.
Isso é a Babilônia
Seu ego é seu maior inimigo
isso é a Babilônia
é o que te separa, é o que segrega é o que não agrega
é o grande espírito fraco; essa é a regra sem exceção

não há separação essa é a parada
teoria sem prática não representa nada
"Eu represento", não representa nada
Há muito combustível no ar
isso é gasolina e fagulha meu cumpadi
Combustão pra sua insônia
Combustão na Babilônia
os profetas do deserto estavam certos
eles tinha razão
o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão
o cantador cego remado pela multidão inteira
embriagada
em direção equivocada
oposta a verdade interpretada
pelo orgulho dela, falsa humildade.


Isso é a Babilônia.

domingo, 11 de novembro de 2007

Ras Tafari Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia (1892-1975)

RAS TAFARI

Quem assistia ao "Chapolin", ou ainda o vê, deve lembrar-se de um episódio em que o protagonista Carlos Bolaños vivia o rei Salomão, filho do rei Davi (aquele mesmo, da Bíblia e da estória das duas mães). Nesse episódio, ele recebe a visita da rainha de Sabá, um dos maiores reinos africanos da época, localizado onde hoje é a atual Etiópia e a Eritréia. O pessoal deve se lembrar também que Salomão não desgrudava desta rainha e a queria a todo custo. Saindo um pouco de "Chapolin", a estória bíblica insinua que Salomão manteve a rainha de Sabá (que chamava-se Makedda) numa espécie de cativeiro durante sua visita à Israel. Ela só alcançaria a libertação se dormisse uma noite com Salomão, o que enfim aconteceu, depois de certa insistência.
Certas tradições etíopes dizem que Makedda ficou grávida de Salomão, unindo os tronos de Sabá e das doze tribos de Israel. É fundamentada neste fato a teoria de que a Arca da Aliança (aquela mesmo de Indiana Jones), que guardava as tábuas dos Dez Mandamentos de Deus, estaria escondida até hoje em alguma região inóspita da Etiópia, e que Makedda teria escondido esta linhagem Sabá-Israel.
Muitos anos depois, no começo do século XX, a Etiópia foi invadida pela Itália fascista, sendo posteriormente libertada por Hailê Sellasiê, que veio a tornar-se imperador de sua nação. Sellasiê proclamava sua origem divina dizendo fazer parte da linhagem de Makedda e Salomão, e adotou o nome de "Ras Tafari", que significa, entre etíopes e coptas, o "príncipe da paz". De fato, Sellasiê manteve a Etiópia como a única nação livre da África, enquanto todas as outras eram ainda dominadas e colonizadas por europeus e americanos.

Ativistas políticos, pregadores religiosos e influentes homens da Jamaica tomaram partido destas informações e creditavam mesmo o poder divino à Sellasiê, por manter parte do povo africano em liberdade. Começou neste momento o dito "rastafarianismo", que pregava a unidade, a espiritualidade e a liberdade. O resto é história.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A UM IRMÃO.




Laroiê meu nego,

olha a luz da rua

são sete encruzilhadas

são sete cenas da sua Lua


Lunático-dramático-enfático

A Lua ilumina o (ex)Negrit

O drama é parte do nego

A ênfase termina esse kit.

Afirmação-afronação

Orfã orgulhosa;


Sua irmã de entranhas labirínticas

É também orfã...

Foi descabaçada no ato de sua criação

Rua-tua-sua


A avenida tá vazia,

e a luz a ilumina

Ocre noite, parda criatura

A caminhar, andarilho louco

A admirá-la

A noite ou a rua?

Não, a vida.

terça-feira, 6 de novembro de 2007


Esse é o camarada Lenin, da frase embaixo.

UMA PAUSA.

Uma pausa para uma frase de Vladímir Ilitch Lenin (1870-1924), idealizador da Revolução Russa, que sempre soa muito atual: "Não tomo o partido dos primeiros, mas o que são os ladrões de banco comparados aos próprios bancos?"

domingo, 4 de novembro de 2007

O amor (surge) no ônibus.

O trânsito era mais do que insuportável, e todo mundo se perguntava se o inferno era muito distante, em anos ou distância, tanto faz.
É praxe que no busão as mulheres idosas, as mulheres com crianças de colo e mesmo as simplesmente mulheres tenham preferência para sentar-se. Enquanto isso, os caras ficam admirando a Marginal Pinheiros e o trânsito (que nada tem de belo). Alguns admiram o material humano sentado, mas fica só na instiga mesmo, nos desejos retraídos. Alguns tentam ler e outros tentam conciliar uma música no ouvido através dos mp3s chineses com as duas visões: as paisagens de fora e as de dentro. E ainda outros perseguem o infinito, poderiam estar dormindo que não faria a menor diferença.
Era o caos, em verdade todos pareciam estar fugindo de uma catástrofe natural e chegar o quanto antes à seus lares, era uma fuga em massa da civilização do trabalho para chegar ao conforto do sofá, da janta e do alívio dessa vida. Quanto mais subúrbio melhor, a impressão era a de que uma bomba atômica explodiria no centro da cidade. Quanto mais subúrbio, melhor. O alívio da província. Mas o cenário era caótico e aterrador: quem não soubesse o que era desespero, poderia ver uma ilustração neste cenário.
Uma criança chama a atenção. Estava no colo da mãe, sentada em um assento. Em verdade, a mãe era uma maravilha, jovem e fresca. Mas o seu bebê estava chamando a atenção muito mais do que a própria mãe, depois de um tempo. Talvez o único sorriso sincero, desprendido de qualquer desespero: o sorriso da criança era um pedaço de alívio temporário, um estímulo ao lar, que ainda demora a vir; não compreende o mundo à sua volta, toda aquela bagunça, o horário de pico da volta à casa, o trânsito caótico e milimétrico, o calor tropical e urbano, os sonhos os mais distantes possíveis. Não compreende, e é melhor que não compreenda mesmo. Há a esperança de que seu mundo seja diferente, no auge de sua maturidade, e que seus sorrisos não sejam em vão.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

1.

Laroiê! Tamo aqui pro que der e vier.