Quem assistia ao "Chapolin", ou ainda o vê, deve lembrar-se de um episódio em que o protagonista Carlos Bolaños vivia o rei Salomão, filho do rei Davi (aquele mesmo, da Bíblia e da estória das duas mães). Nesse episódio, ele recebe a visita da rainha de Sabá, um dos maiores reinos africanos da época, localizado onde hoje é a atual Etiópia e a Eritréia. O pessoal deve se lembrar também que Salomão não desgrudava desta rainha e a queria a todo custo. Saindo um pouco de "Chapolin", a estória bíblica insinua que Salomão manteve a rainha de Sabá (que chamava-se Makedda) numa espécie de cativeiro durante sua visita à Israel. Ela só alcançaria a libertação se dormisse uma noite com Salomão, o que enfim aconteceu, depois de certa insistência.
Certas tradições etíopes dizem que Makedda ficou grávida de Salomão, unindo os tronos de Sabá e das doze tribos de Israel. É fundamentada neste fato a teoria de que a Arca da Aliança (aquela mesmo de Indiana Jones), que guardava as tábuas dos Dez Mandamentos de Deus, estaria escondida até hoje em alguma região inóspita da Etiópia, e que Makedda teria escondido esta linhagem Sabá-Israel.
Muitos anos depois, no começo do século XX, a Etiópia foi invadida pela Itália fascista, sendo posteriormente libertada por Hailê Sellasiê, que veio a tornar-se imperador de sua nação. Sellasiê proclamava sua origem divina dizendo fazer parte da linhagem de Makedda e Salomão, e adotou o nome de "Ras Tafari", que significa, entre etíopes e coptas, o "príncipe da paz". De fato, Sellasiê manteve a Etiópia como a única nação livre da África, enquanto todas as outras eram ainda dominadas e colonizadas por europeus e americanos.
Ativistas políticos, pregadores religiosos e influentes homens da Jamaica tomaram partido destas informações e creditavam mesmo o poder divino à Sellasiê, por manter parte do povo africano em liberdade. Começou neste momento o dito "rastafarianismo", que pregava a unidade, a espiritualidade e a liberdade. O resto é história.
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