sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Salve Comandante! - Sérgio Vaz


"Em vez de nos agredirem como nos agridem, por que é que não fazem simplesmente uma pergunta: como é possível que Cuba em 30 anos tenha feito o que a América-Latina não fez em 200 anos? ", Fidel Castro


"Cuba me lembra as periferias do Brasil, pelo menos na questão do embargo econômico, parece que todos estão proibidos de levar benfeitorias para as quebradas. Só que aqui que eles fazem isso sem pressão alguma. Viva a democracia!
Sou contra qualquer ditadura, qualquer uma, tanto de direita quanto de esquerda, que fique bem claro isso. E também sou contra qualquer Democradura, tipo Estadunidense ou Brasileira, na qual você pode falar tudo que quiser, desde de que ninguém te escute.
Tenho asco a esse nosso direito de ir e vir, desde que a gente saiba onde a gente está pisando. Tenho raiva desse nosso direito de andar livremente pelos esgôtos a céu aberto, de ruas sem asfaltos e mergulhar nas águas profundas das enchentes nos dias de chuva.
Não quero e não aceito esse direito de optar a estudar e não estudar ou ser analfabeto contra a minha vontade, e ter a obrigação a votar em raposas democráticas e velhacas que assombram o galinheiro.
"Somos um povo alegre", me diz a TV. Mas aí quando eu olho, a gente não se vê.
Veja os jornais por exemplo: estão cheios de liberdade de expressão, desde que escrevam as manchetes do patrão. Não é bacana?
Ufa!, ainda bem que aqui não tem paredão, só chacinas -não sei se o nosso povo lindo e trigueiro aceitaria ver pessoas morrerem injustamente. Para quem não sabe, no Brasil, a gente dá muito valor à vida. Sei.
Dizem que lá o povo todo vive na miséria e que eles nem têm carros novos.
Aqui não. Aqui, só nós somos os miseráveis, los otros...
Lá dizem que lá o povo é triste e não tem batucada, já aqui, eles, usam a nossa pele como tamborim, e sambam o ano inteiro sobre nossa carcaça.
Acho que o regime ideal seria aquele em que uma pessoa estivesse comendo alguma coisa e a outra não estivesse esperando para lamber a sua mão.
Aquele em que a gente tivesse a nossa casa e as outras não fossem inquilinos da rua.
Regime ideal é aquele onde o povo não é anoréxico, e que não tem vergonha de comer o fígado dos traidores da nação.
Regime ideal é aquele que o povo come os livros e não coloca o dedo na garganta, mas na cara do inimigo, e depois, vomita na cara da injustiça.
Nesse mundo repleto de bunda-moles, Fidel vai fazer muita falta.
Valeu hermano!"

Por Sérgio Vaz
(http://colecionadordepedras.blogspot.com)

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