domingo, 10 de fevereiro de 2008

Renovação de Votos - 5/02/2008

É de inteira responsabilidade que assumo meus atos
E o rei dos deuses relembra-me, todos os dias,
De sustentar todo o meu mundo e o seu mundo
Em minhas costas
Mas não faço isso com pesar, apesar da amargura-agrura
Que esmaga homens e mulheres sem culpa

Todos os santos dias.
Embora o teu altar prossiga vazio

E é no olho já não tão bom que observa
Que sinto tão pesado fardo, irremediável,
Irreversível,
Que o Grande Olho diz ser irrisório
Tal qual a quantia em bolsos de bichos soltos

E o Sol febril ainda reina, ainda queima
Embora o teu olhar prossiga vazio

Aliciado pelas fileiras de tão filisteus exércitos?
É em ainda orgulhosa honra que profere-se um "não"
E a cada convite constrói-se um castelo de um homem só
Contra tudo e contra todos?
Por tudo e por todos
E é em orgulhosa honra que profere-se um "sim"

E o poder do dinheiro ainda vigora
Embora a tua mente prossiga vazia

Meu grito não mais é dirigido a direções amplas
Mas é tão inocente-furioso como agudo de Paganini
Tocou com uma só corda em teu violino, a lenda diz
E ainda que só uma corda vocal sobrasse
É com abrupta explosão de ar e ideal que prossegue

E a boa alface ainda é jogada ao lixo
Embora o teu estômago prossiga vazio

É, pois, com inédita reverência-paciência
Que não vos abandonareis, pois como vós sois sou
Sem divindade, sem messianismo, sem falsa pretensão
Eis o dragão mais subterrâneo-cutâneo que Jorge-Ogum
Já enfrentou
Ainda assim, doerá a vós, mas não a mim
Nego o alistamento, teu fuzil jamais carregarei
E mais leve parece o mundo
E a vida-luta continua.

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