que nunca tiveram infância
Já nasceram desvirginadas
Muito embora sejam tão herméticas!
Ruas da minha infância
viram milhares passando por vocês
Mas quem as rege, guarda, protege?
Droga, sou mais um anjo caído
Ruas da minha infância
imitando estreitas vielas d´Europa
No entanto tão simplórias
Fazem por merecer
Ruas da minha infância
que o Tempo se encarrega de enterrar
Não me julguem vingativo
Por que em vocês deixei de morar
Ruas da minha infância
guardem suas Marias, seus Joões
Num piscar de olhos não estão mais aí
Simpáticos olhares pelos portões
Ruas da minha infância
de sobradões acabados,
Nunca os esqueço
Nem dos velhões atrasados
Ruas da minha infância
batalhas campais da imaginação
Aeroportos de pipas e papagaios
Junho: base de chinesinhos!
Ruas da minha infância
cacos, farrapos, fiapos
Na insistência prendem-se à mim
Não faz mal: mais feliz sou assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário