sexta-feira, 16 de maio de 2008

(re) visão

* Estou redescobrindo os sentimentos do coração, que achei que permaneceriam sepultados por um bom tempo; paguei com a língua, ótimo pra mim. Não daria para levar a vida do solteiro desregrado e carnal neste momento. Preciso de coisas mais sublimes;

* Mudei de casa. Depois de 6 anos e 6 meses voltei ao meu velho bairro, a Mooca (se bem que ali é Água Rasa). Tou numa casinha em cima da minha bisavó e nos fundos da casa da minha vó e meu tio. Apesar da loucura da mudança e de toda correria, tou feliz de voltar a um lugar onde ainda predominam as velhas relações de comunidade, coisa que talvez tenha me feito mais falta nesses 6 anos;

* Ainda assim, já me considero um cidadão sem lugar nenhum, coisa que aprendi a ser enquanto fiquei longe do lar; isso é bom, quando não há vínculos egoístas com um só lugar, vive-se em todos, apreendendo-se mais sem o velho filtro do bairrismo;

* Nunca deixei de acreditar em Deus, apesar de todo o ateísmo da minha instrução marxista. Só que Ele de dois anos para cá mudou de face: era velho, um tanto rígido e barbudo e hoje é um negro guerreiro, vindo dos antigos reinos da mamãe África;

* Além do que eu já gosto, musicalmente falando, estou estudando a fundo os afoxés baianos e pernambucanos, os breakbeats (principalmente os Funky Breaks) e os dubs e nyabinghis jamaicanos. Vejamos o que adquiri somente na última semana: Groundation (reggae roots), Asian Dub Foundation (Community e também Enemy of the Enemy, indefinível), The Roots (rap underground, exploraram muito os ritmos oldschool), Breakestra (funky break, o bagulho é BOM), Filó Machado (Jazz de Senzala), Del The Funky Homosapien (rap longe do mainstream), Parteum e Mzuri Sana (Bairros, Cidades, Estrelas, Constelações - os rappers mais filósofos que eu conheço), Berimbrown (ritmos brasileiros junto à pegada funk oldschool), New Mastersounds (102 % Funk - uma levada impressionante de percussão), toda a discografia do Kool and The Gang, Oxum Pandá (afoxé de Olinda em homenagem à orixá homônima), Cordel do Fogo Encantado (é sempre bom), Cabruêra (na mesma pegada "raízes nordestinas" do Cordel), Zion Train (raggamuffin-dub muito bom), Paulinho da Viola (Memórias Chorando, somente chorinhos do Paulinho), Xis (acho que todos devem conhecer - embora não seja só manos nem minas, pô e pá!), além de Gilberto Gil (Cidade do Salvador, de 73, e Parabaolicamará, de 92), Jorge Ben e mais Paulinho da Viola. De som não tô fraco não - e é óbvio - quem quiser é só pedir.

Por enquanto é isso que o tempo me permitiu escrever. Mas a fase é intensa, é agarrar ou largar, as chances são boas, a reestruturação inevitável, o amor é são e as flores perfumadas, e aquele velho Deus olhando nóis lá de cima com o Big Brother Pay per View 24 horas.


Ogunhê!

Um comentário:

GlauciaBaldi disse...

as vezes eu entendo o que voce fala... mas tem horas que fico no meio do 'han?'