
"I´m going down and lay my head on the railroad track.
I´m going down and lay my head on the railroad track.
When the train come along, I´m gonna snatch it back."
Esta é a estrofe típica do Blues e, como salientou o maestro Leonard Bernstein no seu LP "O que é Jazz", sua métrica é a do pentâmetro jâmbico, uma das mais clássicas de toda a literatura. Em tom de brincadeira, naquele álbum didático, Bernstein canta e toca ao piano um "Macbeth Blues", baseado num importante trecho da peça de Shakespeare:
"I will not be afraid of death and bane,
I will note be afraid of death and bane,
Till Birnam forest come to Dunsinane."
A origem da estrofe do Blues pode estar ns antigas baladas anglo-saxônicas - as "ballits" - que os negros aprenderam na América. Misturando o seu grito primal com as canções de trabalho e com as canções de ninar, com a harmonia dos hinos religiosos e com a estrutura das baladas, o negro americano chegou ao Blues, sua principal forma de expressão. Nada melhor do que um professor de Literatura e historiador do Jazz, Marshall Stearns, para definir a estrofe do blues:
"(...) é um bom veículo para uma narrativa de qualquer tamanho. Ao mesmo tempo, é mais dramática: os dois primeiros versos criam a atmosfera de modo claro pela repetição e o terceiro desfere o golpe. A estrofe do Blues é comunicação concentrada, feita sob medida para a apresentação ao vivo em meio a um público participante."
Nenhum comentário:
Postar um comentário